Em julho de 1922, quatro tenentes e alguns soldados deixaram o Forte de Copacabana, no Rio, para uma marcha suicida. Só dois sobreviveriam. Mas, naquele protesto contra eleições fraudadas e os homens poderosos que controlavam o país, eles transformariam o Brasil. Não veio sem um alto custo em sangue. O governo federal chegou a bombardear São Paulo, deixando centenas de mortos espalhados pela rua. Uma guerra civil esquecida. Dois presidentes foram quase assassinados. Tenentes, o novo livro de Pedro Doria, é um thriller político no qual nada é ficção, tudo é história.
Esta história não se passa no passado remoto. Não há índios ou imperador. Nela, automóveis cruzam a avenida Paulista, jovens cariocas vão à praia paquerar e nos morros se batuca ao ritmo do samba. Cinema e boate são programas típicos da noite e, segunda de manhã, só se fala em futebol. Há deputados, nem sempre honestos, que debatem com ardor no plenário da Câmara. E há uma crise política.
Mas prepare-se.
Porque, naquele tempo, crises políticas se resolviam de outro jeito. Nas próximas páginas, o Rio de Janeiro será bombardeado. São Paulo será bombardeada. Prédios, casas, fábricas, arrasadas; estupros e execuções em bairros elegantes à luz do dia e centenas de corpos mortos terminarão espalhados pelas ruas. Um governador se verá sitiado por dias, trincheiras improvisadas à porta do palácio para resistir ao avanço inimigo. Metralhadoras, tanques de guerra. E aviões chegarão muito perto de explodir presidentes. Isto: presidentes. Dois presidentes da República distintos.
Nestas páginas não há uma vírgula de ficção.
Tudo aconteceu assim.
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Pedro Doria é editor do Meio, colunista de O Globo, O Estado de S. Paulo, além da rádio CBN. É autor de oito livros, os últimos dedicados à história do Brasil. (Saiba mais.)