Em julho de 1922, quatro tenentes e alguns soldados deixaram o Forte de Copacabana, no Rio, para uma marcha suicida. Só dois sobreviveriam. Mas, naquele protesto contra eleições fraudadas e os homens poderosos que controlavam o país, eles transformariam o Brasil. Não veio sem um alto custo em sangue. O governo federal chegou a bombardear São Paulo, deixando centenas de mortos espalhados pela rua. Uma guerra civil esquecida. Dois presidentes foram quase assassinados. Tenentes, o novo livro de Pedro Doria, é um thriller político no qual nada é ficção, tudo é história.

UM THRILLER DE NÃO-FICÇÃO. A década de 1920 é reconstituída nos mínimos detalhes. Pelas páginas do livro, o leitor é levado dos bastidores de reuniões presidenciais secretas a cenas de batalha aberta nas ruas. Tudo baseado em cuidadosas pesquisas pelos testemunhos e documentos do tempo.

UMA REVOLUÇÃO NO EXÉRCITO. A geração de oficiais formada entre 1918 e 1920 é a mais influente dos últimos cem anos. Dentre aqueles poucos homens, amigos de juventude, saíram de líderes comunistas a ditadores, de heróis a homicidas. Uma geração que m…

UMA REVOLUÇÃO NO EXÉRCITO. A geração de oficiais formada entre 1918 e 1920 é a mais influente dos últimos cem anos. Dentre aqueles poucos homens, amigos de juventude, saíram de líderes comunistas a ditadores, de heróis a homicidas. Uma geração que mudou a cara do século XX brasileiro.

SÃO PAULO SITIADA. Em 1924, militares rebeldes tomaram a capital. As ruas se encheram de trincheiras e o governo reagiu mandando tanques e aviões, bombardeando bairros operários. Foi o último confronto entre a velha e a nova geração de oficiais do Exército, uma guerra civil esquecida que deixou centenas de mortos.


Em história os fatos não mudam, o que muda é o enredo, a trama, que funciona como uma rede que entrelaça os acontecimentos. Como bom historiador ou competente repórter, Doria sabe disso, e reconstrói a história dos movimentos tenentistas da década de 1920 com uma narrativa trepidante, à maneira de um filme, composta de planos curtos que, às vezes, lembram uma biografia coletiva, com a diferença que a descrição dos principais personagens se faz por um rápido esboço, suficientemente capaz de segurar o leitor para este não perder o fio da trama.
— Elias Thomé Saliba (FFLCH/USP)

Um episódio que poderia ser um roteiro de Kurosawa, com final de Tarantino.
— Jorge Ferreira (Valor Econômico)

Esta história não se passa no passado remoto. Não há índios ou imperador. Nela, automóveis cruzam a avenida Paulista, jovens cariocas vão à praia paquerar e nos morros se batuca ao ritmo do samba. Cinema e boate são programas típicos da noite e, segunda de manhã, só se fala em futebol. Há deputados, nem sempre honestos, que debatem com ardor no plenário da Câmara. E há uma crise política.


Mas prepare-se.

Porque, naquele tempo, crises políticas se resolviam de outro jeito. Nas próximas páginas, o Rio de Janeiro será bombardeado. São Paulo será bombardeada. Prédios, casas, fábricas, arrasadas; estupros e execuções em bairros elegantes à luz do dia e centenas de corpos mortos terminarão espalhados pelas ruas. Um governador se verá sitiado por dias, trincheiras improvisadas à porta do palácio para resistir ao avanço inimigo. Metralhadoras, tanques de guerra. E aviões chegarão muito perto de explodir presidentes. Isto: presidentes. Dois presidentes da República distintos.

Nestas páginas não há uma vírgula de ficção.

Tudo aconteceu assim.


Em ‘Tenentes’, os detalhes da reconstituição histórica não apenas emolduram o quadro, mas auxiliam sua compreensão. Cidades bombardeadas, execuções à luz do dia, tanques nas ruas, trincheiras improvisadas, tudo isso compõe uma realidade tão surpreendente que o autor é levado a declarar que não há no livro ‘uma vírgula de ficção’. Os perfis em rápidas e eficientes pinceladas também ajudam a fixar a interpretação predominante do movimento. Doria também acerta ao dar a devida ênfase à armadilha em que caíram os tenentes. De um lado, queriam ampliar a democracia. De outro, legitimavam essa aspiração a partir da eliminação da fronteira entre o interesse nacional e o militar.
— Oscar Pilagallo (Folha de S. Paulo)
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Pedro Doria é editor do Meio, colunista de O GloboO Estado de S. Paulo, além da rádio CBN. É autor de oito livros, os últimos dedicados à história do Brasil. (Saiba mais.)